quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Furando a Retranca (publicada dia 15/12/2009)

CAMPOS VAZIOS E O VAGAR ERRANTE DOS TORCEDORES

Sem Brasileirão, sem futebol... sem destino. Agora, nas tardes maçantes de domingo, torcedores vagam sem rumo como um pistoleiro cabível em qualquer película do mestre Sérgio Leone. Não há depressão mais pungente do que os meses de interlúdio entre batalhas e, definitivamente, pós-A Maior Delas, quando os craques passam a se dedicar profissionalmente à bebericagem de whisky, enquanto são agraciados por seus HARÉNS particulares (à parte aqui, claro, os Atletas de Cristo, sempre com os dedinhos voltados ao Negão, que fique bem registrado!)

Alento no amadorismo

A única sorte da moçada, no final de ano, é ainda poder contar com os campeonatos amadores que pipocam pela capital, muitos deles em sua fase decisiva. E nada melhor do que assistir serem travadas verdadeiras decisões, na boa e velha regra do “MATA-MATA”, com direito a prorrogação, pênaltis e nervos frenéticos.
Passa longe das várzeas a tal ‘frescuragem’ de pontos corridos, que leva o até então ‘raçudo’ Grêmio a entrar em campo na rodada decisiva com a equipe praticamente SUB-15. E o que dizer da torcida no estádio gritando para o time entregar e hostilizar os garotos que ainda assim mostraram serviço em campo. Nada aquém do RIDÍCULO. Isso acaba levando o pessoal a torcer muito mais ‘secando’ os outros times do que para as cores de seu clube.

Feijuca e sono profundo

Restam ainda outras opções ao boleiro aficcionado, que mora longe de qualquer campo de várzea. A melhor delas, talvez seja a leve alteração do dia da sagrada feijoada: de sábado para domingo. Vá por mim! Depois de bater aquela ‘feijuca’, por volta das 15 horas, caprichada de toicinho, BACON e demais partes GRAXOSAS do porco, esparrame-te, caro leitor, no próprio sofá onde já transpira.
Vem daí um sono pesado de tal magnitude que só poderá ser perturbado lá pelo final do “Fantástico”, como diria um sofrido compadre palmeirense. Se dependesse dele, a vontade seria dormir todo o ano de 2010, para não ter que ouvir o ‘sarro’ dos inflamados sãopaulinos e corintianos, ambos a festejar presença na Libertadores.
Ou pior, um sono do torcedor do Goiás. Pode você, esmeraldino, dormir mais uns cinco anos, pelo menos, até o time resolver cumprir o eterno plano de rivalizar ombro a ombro com os grandes do Brasileirão. Já o torcedor do Atlético, LIGADÃO, não prega os olhos, louco para ver o que vai ser desse time. Quem vai chegar na área? Já quanto ao torcedor do Vila. Aquela coisa. Tanto faz como tanto fez.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Furando a Retranca (publicada dia 08/12 no Jornal Daqui)

GOIÁS FECHA BRASILEIRÃO COM GOSTO
DE SOPINHA DE HOSPITAL


Tem gente que reclama à toa demais falando que não existe coisa mais sem graça do que a última rodada do Brasileirão para quem torce pelo Goiás. Tá certo que o Verdão não concorria a nada, tava ali tranquilo na 9ª posição, dé férias já e cozinhando o jogo com o Vitória no ‘banho-maria’. Enfim, um jogo mais sem sal do que namoro com Sandy – passeio no shopping, só a mãozinha dada... e nada mais. Mas o torcedor esmeraldino, muito além da lamentação, precisa mesmo é valorizar o lado positivo disso: poder aproveitar o domingão para outros fins enquanto a moçada dos outros times, no ‘descabelo’, amplia a entrada lustrosa da careca.

Passeios com a fêmea
Para o torcedor esmeraldino, a rodada final do Brasileirão passa longe do desespero em frente à TV. Nada de se afogar no torresmo e na ‘breja’ para controlar os nervos. Foi um domingo zen, mais para monge budista do que torcedor. Bom para liquidar logo aquela visita que estava devendo para a família da fêmea. Melhor ainda se o cunhado ‘xarope’ for um Palmeirense doente. Coitado! Se sentindo o pior dos infelizes depois da derrocada do time, que nem beliscou uma vaga na Libertadores.
Já o esmeraldino segue ali, tranquilo como o Jeca criado por Mazzaropi, vez ou outra pescando mansamente os resultados dos jogos. Perdendo ou ganhando, tá beleza, o final de semana não está comprometido. Se quiser ainda pode aproveitar para tirar sarro com o bando de flamenguistas que topar pelo caminho, pelo ‘hexa(Penta)campeonato’.

Depois do mel, a faca
Diretoria atleticana já foi ao Rio procurar reforços, e com razão. Não vai achando que o elenco aí será capaz de fazer milagre na Série A. É como segue a ordem das coisas: cada um prova o gostinho do mel, e depois a faca.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Furando a Retranca (publicada dia 24/11/09)

TEMPERO VERDE AZEDA O MINGAU DO URUBÚ

Depois de uma semana quente, repleta de fofocas e diz-que-me-disse no ‘salão de beleza’ da Serrinha, o Goiás resolveu mostrar domingo o seu real objetivo neste Brasileirão: azedar o mingau alheio. E nem adiantou o Flamengo armar a festa, montar mosaico com mais de 80 mil torcedores, e muito menos fazer uso de seu quadrado mágico (o tal S-T-J-D) para buscar a liderança. No fim das contas, o Periquito acabou com a farra e deixou o Maraca cantarolando “eu sou a mosca que pintou prá lhe abusar”. Agora resta ver se o Verdão também consegue falar grosso no jogo que pode dar aos ‘Bambis’ o tetra.

Ressaca na Campininha
A manhã de segunda-feira foi de uma ‘morgação’ satisfeita na cara de quem circulava ali pela Campininha. Ainda afetados pela ressaca da festa que começou no sábado – depois de confirmado o acesso do Dragão à Série A – e varou o domingo, os torcedores rubronegros seguem sonhando alto. “O objetivo agora é uma vaga na Libertadores”, afirma um atleticano roxo, ainda trajando o uniforme vestido no início do final de semana. “Marcão é seleção”, completa outro eufórico companheiro rubronegro.
O único conselho nesses casos é lidar com muita cautela, estudar bem o ambiente antes de cogitar para algum torcedor se, por acaso, este ‘Adeus!’ à Série B pode ser na verdade um ‘Até logo!’ O melhor mesmo é deixar a poeira baixar um pouco.

Agora é tarde
Cumprindo tabela no final da Série B, virou moda ali no Tigrão jogador passar a jogar bonito. De uma hora para outra aprendeu a fintar, fazer tabelinha, chutar no ângulo. Isso é que é vontade de jogar um Goianão.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Furando a Retranca (publicada dia 17/11/09)

DRAGÃO LONGE DE CASA VIRA
O QUERIDINHO DA VÓ


Anda muito mimadinho esse Dragão, não tá não? O time não pode sair de casa para brincar em outro quintal que fica todo travado, sem saber o que fazer. O time se encolhe em campo e apanha de umas equipes ‘barnabés’, como Ipatinga, Duque de Caxias...Tá parecendo até menino criado por vó, que cresceu à base de leitinho com pêra, bolacha recheada, iogurte, e só faz graça quando tá no seu terreiro. Já podia estar sossegado com a vaga carimbada na Série A, mas agora enfrenta mais um jogo fora do Serra Dourada, de novo contra um time que pendenga cair para a Série C e, para piorar, com a sombra do Figueira no cangote. Meninão rubronegro vai ter de mostrar que também sabe fazer bonitin longe de casa né, coisa linda da vovó!

Fogo no carvão
Mas vem cá, até quem pega o busão no Terminal Praça da Bíblia tá sentindo, desde domingo, o cheirão da picanha assada vindo ali do OBA. Isso porque depois da vitória sobre o Fortaleza, o Tigrão pode calçar o chinelinho, tirar aquela loira do freezer já com véu de noiva, ascender o carvão e só pensar de novo em jogar bola no ano que vem. Se brincar, ainda corre o risco de ser o único time goiano a comemorar alguma coisa.
Para você ver como são estranhas essas coisas do futebol. Mesmo se o time for meia-boca, passar sufoco para não ser rebaixado, mas acabar escapando, fica melhor na fita para o torcedor do que aquele que periga ganhar alguma coisa mas vacila no final.

Nova torcida
E o Goiás, depois de passar oito rodadas sem vencer no, enfim, mostrou reação: tomou o primeiro gol, correu atrás, virou o jogo, faturou três pontos mas... ninguém viu. No domingo, o que se via na arquibancada do Serra era só alguns pontos verdes espalhados. Parecia a Associação das Ervilhas Independentes.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Furando a Retranca(publicada dia 10/11 no Jornal Daqui)

CLIMA DE FINADOS NO VERDÃO COMOVE RIVAIS
O encerramento do Brasileirão 2009 se aproxima com o maior clima de Finados no Verdão. E com direito inclusive a epitáfio pronto: “Um dia eu acreditei na 'Estrela Dourada', e até pedi uma de presente ao Papai Noel”. O bode amarrado ali na Serrinha pesou tanto o ambiente que até torcidas adversárias locais – vilanovenses e atleticanos – que não perdem a chance de tirar um sarro com o Periquito, desta vez estão até segurando a piada na ponta da língua venenosa. ”Gozação tem limite, vamos respeitar aí a dor dos aflitos”, diz em tom de luto um torcedor do Tigrão, que agora está mais aliviado, tranquilão. Não só pelo fato do time escapar do rebaixamento, mas sobretudo porque não precisa mais ficar fazendo conta dos números do colorado. Dá muita dor de cabeça.


A TAL DA CRISE
Onda errada assim no Goiás só pode ser mesmo a tal crise técnica, tática e psicológica, definida pelo treinador Hélio dos Anjos. Mas só é possível entender o que isso tudo significa quando você vê a cara do Hélio – sofrendo mais que um porco-espinho dando a luz – quando um dos jogadores do time teima em ser expulso. Acho que está na hora dele usar a arma secreta que tem ali no banco. Já que tem jogador fazendo corpo-mole, correndo pra não chegar, calça logo as chuteira no Bebeto, o massagista mais veloz do Brasil, e coloca o cara em campo que resolve

GERIATRIA ALIVIADA
O Atlético, por sua vez, conseguiu com a goleada sobre o Guarani acalmar um pouco a turma do amendoim rubronegro. Isso porque não existe torcida mais exigente do que a ala geriátrica do Dragão. Pessoal com nervos exaltados, que em todo o jogo arrisca até mesmo sofrer um ataque cardíaco pelo Dragão. Vitória só não serve, tem que dar show!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Furando a Retranca (de 27/10/09)

PERIQUITO IMPLICA COM COR DA ‘ESTRELA DOURADA’

Debaixo de um sol de torrar o bagaço da caixola, o Goiás teve tudo para jantar o lanterna Flusão, no Serra, mas refugou. Ao invés de aproveitar o forno-elétrico que virou o estádio para aplicar um ‘frango assado’ na equipe pó-de-arroz, não é que o Verdão deu uma de Periquitinho de madame? Cismou e deu xilique, nessa altura do campeonato, porque a roupinha não combina com a tal 'Estrela Dourada'. Se fosse de outra cor, talvez a coisa mudaria de figura, mas dourada ele não quer.

Laxante Everaldo

Depois de passar por uma constipação de gols, o Dragão destravou. Contra o Brasiliense, foram quatro gols marcados em cinco minutos. Uma enxurrada, no melhor estilo Viana 11 x 0Chapadinha – que mostrou a todo o País que também tem 2ª Divisão no Campeonato Maranhense.
A soltura das entranhas dobradas do Atlético, e até mesmo do atacante Marcão, só pode ter sido efeito colateral do gol contra, salvador, do lateral Everaldo, do Fortaleza, que valeu a vitória ao rubronegro. Depois disso, o golzinho suado, que custava a sair, sempre com o placar magro, foi ralo abaixo. Atlético 5 a 1 Brasiliense – e Everaldo se mostrou mais eficiente do que leite de magnésia.

jogador surpresa
Depois de vencer duas seguidas na Série B e engatar na reta final do torneio, enfim o torcedor do Tigrão já está aprendendo a dizer quem são os jogadores que atuam no time. Isso porque, depois de 51 contratados no ano, e mais uma carrada mandada embora, se alguém aparecesse ali no Serra, vestindo uniforme completo, tinha boa chance de também entrar em campo e jogar pelo Vila.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Furando a Retranca (de 20/10/09)

PIPOCAGEM TOMA CONTA COM UM POUCO DE PRESSÃO

Pipoca! Olha a pipoca! Pode chegar que tá quentinha, especialidade da casa. Pipoca verde, pipoca vermelha e até pipoca rubronegra. Tem para todos os gostos! Basta botar uma pressãozinha na panela dos times goianos que o sabugo detona fácil. Não sobra nem um piruá no fundo da panela para contar história. E enquanto Goiás e Atlético já tiram o corpo fora na disputa para ficar entre os quatro melhores da Série A e B, o Vila já planeja uma campanha de investimento de empresários para se segurar pelas beiradas e não cair. Se já tem o Criança Esperança, agora passa a ter também o Tigrão Esperança!

Quis mexer na caixa de marimbondo...

Mas o time do Vila Nova também tem de colaborar e saber o momento de se fingir de morto para não apanhar à toa. Contra o Vasco, depois de levar o primeiro gol, bastava o Tigre ficar quietinho ali, tocando de lado. Mas não... foi lá mexer na caixa de marimbondo. Empatou o jogo, comemorou, e acabou levando quatro.

Tá faltando mais um na zaga

Já o Goiás anda inovando cada vez mais em seu esquema tático. Depois da tática do ‘menos um’ ficar manjada – onde em todo jogo um atleta tinha de ser expulso; o lance agora foi tentar o ‘Quadrado pé-de-ferro’.
Contra o Avaí, em Florianópolis, o elenco entrou em campo armado com quatro zagueiros. Mas nem isso foi capaz de evitar um porre, de virada, no Estádio da Ressacada.
O jeito vai ser ousar ainda mais no domingo. Contra o lanterna Flu, é só jogar mais um ali na defesa, cinco zagueiros, mas só de caráter experimental. Se não der certo nos primeiros 45 minutos, recua mais algum jogador, para ficar por conta da sobra.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Furando a Retranca do dia 06/10

Perigou cair, então pede ajuda ao 'São Goiás’

Para quem achava que o lance de ressuscitar defunto era coisa exclusiva da Bíblia, taí o Goiás requisitando também a patente de milagreiro. A prova veio domingo, quando o Fogão chegou com o atestado de óbito debaixo do braço – 11 rodadas sem vencer no Brasileirão. Mas bastou pisar na grama sagrada do Serra Dourada para receber a bênção do São Goiás: o protetor dos times mambembes ameaçados pela 2ª Divisão. Perigou cair? Acabaram-se as mandingas religiosas? Então meu filho, o jeito é apelar para São Goiás. Ele sim te tira do buraco. Botafogo 3 a 1, diante de mais de 20 mil testemunhas oculares.

Intercâmbio de muamba

A sorte do Verdão é que uma boa ação desta envergadura também trás benefícios. E graças a uma vitória do Coxa sobre o Inter, o Periquito se segurou entre os quatro que serão agraciados com vaga na Libertadores.
Mas, falando de competições continentais... De grande valia servem os torneios disputados contra times latinos, principalmente paraguaios. Veja só o Goiás. Mesmo eliminado pelo Cerro Porteño, ainda assim tirou bom proveito no jogo de ida, lá em Assunção. Jogadores e comissão técnica se esbaldaram nas barraquinhas de muambas. Voltaram satisfeitos, com tênis novos, perfumes, eletrônicos e o escambau. Pouco importa o resultado do jogo, o que valeu mesmo foi o intercâmbio cultural!

Tigre ou Pavão

Agora, quem ficou abismado no sábado, queixo-caído, foi a torcida do Vila Nova. Quem é que podia esperar o time jogando um futebol daqueles contra o Guarani. Jogador fazendo tabelinha, envolvendo o adversário, tomando conta do primeiro tempo.
Desaprender a jogar bola tem casos de sobra no futebol, mas aprender a jogar, da noite pro dia, aí já são outros quinhentos. Agora, se o técnico Zé Roberto disser que tira um pavão da cartola, não sou eu que vou duvidar!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Furando a Retranca (de 28/09/09)

Jogador precisou ser mantido na coleira curta para não trocar uniforme por abadá
Tensão não faltou aos times goianos neste final de semana. Depois que uma Micareta foi instalada bem ao lado do Serra Dourada, o medo tomou conta da diretoria dos clubes. Teve jogador – que mostra muito mais raça vestindo um abadá do que o uniforme – mantido na coleira curta para não ‘errar’ o caminho quando fosse para o estádio. Mas o clima fechou mesmo foi entre Tigre e Dragão. Depois que o muro do OBA apareceu pichado, supostamente por 'atleticanos’, a torcida Vila arrepiou os pelos da nuca.”Pichar esse muro aqui é só a gente que pode!”, babava de raiva alguns colorados.

Operação cavalo de tróia
A resposta colorada veio em uma tentativa de operação ‘Cavalo de Tróia’, manja? Na noite de sexta-feira um táxi cheio de garotas de programa chegou na maciota ao CT do Atlético, e por pouco não consegue fazer ‘Caligundum’ na concentração dos atletas.
Depois dessa, todo jogador que for enfrentar o Vila vai antes comprar um spray e detonar o muro do OBA. Se brincar, ainda anota lá nome e endereço para facilitar a entrega do ‘presentinho’.

Próximo destino: Muquém
Mas plano nenhum foi suficiente para acabar com seis anos de tabu. Depois de levar mais uma taca do Dragão, por 2 a 1, e ainda carimbando a trave do Atlético duas vezes,alguns ali na Toca do Tigre já começaram a traçar a próxima caminhada para pagar promessa, caso o time venha a escapar do rebaixamento. O problema é que de tanto ir até Trindade nos anos anteriores, a cota de milagres do Divino Pai Eterno com o Tigre já deve ter se esgotado. O jeito mesmo vai ser andar até Muquém e apelar para outro santo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Furando a Retranca(publicada dia 21/09)

No 'Verdão Cabra-Macho' está probibido até analgésico

Acabou-se com a purpurina no Goiás. Depois do ultimato dado pelo Hélio dos Anjos ao dizer que não trabalha com ‘viados’, jogador está proibido até de tomar analgésico – remédio agora só ‘oralgésico’, doutor. E teve jogador que deve ter ficado ‘beje’ ao pensar que vai precisar esconder todos os creminhos. Está proibido também conversar com a linguinha presa. Filmes na concentração, só se for do Chuck Norris ou do Charles Bronson. Mas o que alguns jogadores devem estar achando pior mesmo é que, de agora em diante, acabou-se com aquelas brincadeirinhas tão comuns na piscina do CT da Serrinha. E mesmo depois da goleada sobre o Timão, o Hélio ainda bufafa de raiva na entrevista coletiva. Dizem que o motivo da ira do técnico foi o resultado final. Podia ganhar de três, de cinco, mas de quatro não. De quatro já foi muita “viadagem”.

Sem cerva fica difícil
Agora, quem está realmente revoltado é o torcedor do Vila Nova. Como é que liberam a cerveja no Serra Dourada somente em um jogo, do Goiás contra o Galo, e depois proíbem novamente. Só para passar vontade nos demais? Um absurdo! Principalmente por que sem a cervejinha, totalmente sóbrio, fica muito mais difícil aguentar um jogo do Vila. São 90 minutos que não acabam nunca.

Inventa outra
Mas no sabadão, no clássico goiano contra o Tigre, chega a hora do Atlético mostrar para seu torcedor que não é nenhum ‘Dragãozim paraguaio’, Made in Taiwan. Mas vem cá, com a fome de bola com que o Juninho voltou aos gramados depois de dois meses machucado, bem que alguém ali no rubronegro podia fazer o favor de inventar uma coreografia nova para ele celebrar os seus gols. Juninho já balançou as redes oito vezes, e em todas as ocasiões foi a mesma coisa: ele sai correndo, chupando o polegar, em homenagem ao filho. Cadê o Departamento de Coreografia e Comemoração de Gols do clube? Vamos trabalhar moçada. O garotinho já deve estar quase completando 15 anos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Monte Cristo, Tú és Grande!!



Nem o globalmente conhecido Íbis (PE), nem o Cruzeiro (RN) - há mais de quatro anos sem vencer - e muito menos o Fluminense carioca, que ostenta portentosamente a lanterna tricolor do Brasileirão. O epíteto de pior time do Brasil pertence atualmente, com honra e flâmulas esvoaçantes, ao Monte Cristo Esporte Clube, que não sabe o que é vencer uma partida há mais de oito anos. Na verdade, o tabu de vitórias dura exatos oito anos, quatro meses e 20 dias (15 de setembro), em partidas oficiais pela Federação Goiana de Futebol, colocando no chinelo os possíveis concorrentes citados acima, quando o assunto é fazer a alegria do time adversário. A última vez em que uma equipe montecristense deixou o gramado de cabeça erguida, após faturar três pontos, ocorreu no dia 26 de abril de 2001, em partida pela 2ª Divisão do Campeonato Goiano.

Na ocasião, o adversário responsável pela façanha foi o Umuarama, de Iporá, que mesmo jogando em casa, no Estádio Ferreirão, perdeu por 2 a 1, dando a última e distante incursão vitoriosa de uma equipe do Monte Cristo. Desde então, a equipe entrou em campo outras vinte e oito vezes, sofreu 27 derrotas e agariou um ponto no empate contra o Alexaniense, por 1 a 1, no dia 22 de outubro de 2005, pela 3ª Divisão do Goiano.

O calvário do time originário da Vila São José, na região Campinas, teve início após o time abandonar a 2ª Divisão do ano de 2001. Conforme explica Cesar Orlando, presidente do Conselho Deliberativo do clube, problemas envolvendo a diretoria do Monte Cristo levaram o time a deixar a competição ainda no meio da 1ª fase ¬– depois da 5ª rodada. O time ainda ficou dois anos, 2002 e 2003, sem disputar nenhuma das divisões do Goianão, e só retornou em 2004, na 3ª Divisão, onde jogou por três anos consecutivos - 13 partidas, 12 derrotas e 1 empate. Após passar o ano de 2007 novamente ausente dos gramados, o Monte Cristo voltou à tona no ano passado. Nas seis partidas disputadas pela 3ª Divisão de 2008, amargou seis derrotas, balançou três vezes as redes adversárias e sofreu 32 gols. A maior goleada, por 12 a 1, foi diante do Inhumas já no 2º Turno, dia 9 de novembro.

IMPLACÁVEL NO AMADOR

A atual familiaridade do clube com derrotas e goleadas acachapantes, curiosamente, diverge muito do que o Monte Cristo já representou no futebol goiano. Originário de um time amador, formado na Praça Monte Cristo, na Vila São José, era comum dos anos de 1970 a 1979 ver a equipe faturando torneios amadores da capital. A qualidade do Monte Cristo era tão superior aos adversários amadores que a idéia da profissionalização passou a ser mais que evidente, fato que aconteceu em 1980, sempre tendo à frente do time o já falecido Manoel Nunes Guerreiro. Fundador e verdadeiro patrono do Monte Cristo, seu Manoel Guerreiro, dono de um ferro velho da Vila São José, tirava recursos do próprio bolso para pagar uniformes, material, e o que o time precisasse.

Profissionalisado, o Monte Cristo se tornou o 1º Campeão Goiano invicto da 2ª Divisão, em 1980. O time ainda disputou torneios na elite do futebol estadual nos anos de 1980, 1982 e 1985. No entanto, a derrocada de um dos cinco times da capital coincide com a morte de seu fundador. Manoel Guerreiro faleceu em novembro do ano 2000, em dia de vitória do time do coração sobre o Minaçú, por 3 a 2, e ainda na casa do adversário.

O desempenho nos últimos campeonatos não surpreende o dirigente Cesar Orlando. “Todo o nosso elenco é formado por garotos, sendo o mais velho o goleiro Júnior, de 20 anos. E isso enfrentando sempre jogadores veteranos em outros times”, avalia. Ligado ao Monte Cristo desde 1985, quando o time disputou a 1ª Divisão do Goiano. Orlando ressalta que a falta de verba é gritante com os outros times, e que os jogadores recebem apenas uma pequena ajuda com que o clube consegue arrecadar. Mas o dirigente destaca que a filosofia de usar jogadores novos acaba gerando frutos para outras divisões. “O nosso lateral-esquerdo, Renato, jogou pela Anapolina no Goianão passado e outros jogadores também despertaram interesse” adianta.

NOVA CHANCE

A preparação volta-se agora para o início da 3ª Divisão do Goiano, com jogo inaugural marcado para o dia 11 de outubro, contra o Aparecida, no Estádio Zico Brandão. Cesar Orlando revela que o elenco dará um salto de qualidade devido um acordo com o Marília (SP), que disputou neste ano a Série C do Brasileirão. “Vamos compartilhar jogadores e o Monte Cristo deve receber quatro ou cinco reforços. A chance de subir aumenta muito”, disse Orlando, que já vislumbra o acesso à 2ª Divisão antes mesmo dos jogadores sentirem um gostinho de vitória.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Furando a Retranca

Dragão caça briga e chama irmão mais velho


Sem uma ‘benga’ imponentemente necessária para lotar o Serra Dourada no sabadão, o Atlético de Regatas Flamengo pediu socorro, igual moleque que caça briga e depois chama o irmão mais velho. E não é que a tática deu certo. Uma massa flamenguista estrondosa lotou o estádio e por muito pouco, tomados por um inconsciente coletivo, quase começaram a entoar coisas do tipo: "O Imperadoorr Voltoouuu!!". Já o torcedor atleticano, ao se ver cercado de tanta gente na torcida, estava em êxtase delirante, achando uma maravilha até mesmo as filas que se formavam no banheiro - coisa nunca dantes vista nos jogos do Atlético.


A Batalha do Serra


Em campo, o Dragão não fez feio não. Depois de levar a metida de mão e também de pé do árbitro, o jogo passou então a tomar ares históricos. Dois a menos em campo, placar empatado em 2 a 2 e ainda com o goleiro Márcio pegando pênalti de Carlos Alberto, na partida que também pode ser chamada, a partir de então, de "A Batalha do Serra". Se um empate por 0 a 0 com a Argentina na Copa de 78, com botinadas de sobra, pôde receber tal alcunha, não vejo por quê também não revestir de grandiosidade a peleja travada sábado nos gramados goianos. Grandioso também foi a quantidade de papel picado e serpentina jogados pela torcida rubronegra, comprovando que a parceria com o patrocinador Linknet tem lá suas vantagens.

Tia Fia na mira de Hélio dos Anjos


Agora, no Brasileirão, quando finalmente a cobra fuma, a giripoca pia, a onça bebe e a porca torce o rabo, o Periquito começa a tremer nas bases. Contra um Coxa Branca desfalcado - que nem chega a ser mebro superior do corpo - o time entra em campo, em casa, com aquela retranca toda? Hélio dos Anjos só pode estar querendo mesmo é matar do desgosto a emblemática esmeraldina Tia Fia, que mesmo hoje, beirando ali os 80 anos, deve conseguir correr mais que o lateral Vitor.


O glorioso ressurge


Pausa poética, no entanto, para os acontecimentos que paralisaram o tempo global durante os 90 minutos em que a bola rolou, na segunda-feira, no Estádio João Vilela – também conhecido como “La Bombonera Goiana”. O alicerce insubstituível que desde 1997 alijava o Campeonato Goiano com sua ausência, volta a se reerguer. O futebol morrinhense está de volta à 1ª Divisão. Emoldurado em sua última e quiçá definitiva apresentação na Divisão de Acesso pela santíssima trindade, constituída por Givanildo, Da Silva e Chocolate - autores dos três gols da vitória sobre o Itauçu, por 3 a 1. O resto, como dizia aquele inglezinho, é silêncio.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Furando a Retranca (publicada 01/09)

‘Bisú’ deu a dica e Goiás é goleado de cobertura

Depois de virar o tapete do Brasileirão e botar para fora a poeira do 1º turno, o Goiás, que só faltava fazer chover fora de casa, passa agora a jogar uma miséria longe do Serra. Mas na verdade, não passou de uma covardia essa goleada sofrida contra o Inter. Com certeza algum vilanovense maldoso passou o “bisú” para os colorados explicando porque o goleiro Harlei é conhecido por estas plagas por ‘bracim de jacaré’. Dos quatro gols tomados pelo Verdão, em três o goleiro catou mariposa depois de levar um ‘tótózinho’ de cobertura. Sem chance! Coisa que até a secretária Salomé, ali da Faculdade Araguaia, mesmo com os seus 1,45 metros de pura devoção esmeraldina, conseguiria evitar se esticasse um pouco os cambitinhos.

Efeito bumerangue

Já o Vila, quando quer sacanear, não apronta só uma vez não, mas duas. Primeiro vence no Canindé e provoca até invasão de dirigente com seguranças armados no vestiário da Portuguesa. Para completar, ainda despacha o Benazzi para comandar a Lusa. Mas como diz a velha lei: Aqui se faz, Aqui se paga. Depois de tudo não é que o Tigrão recebeu o Ipatinga e os mineiros fizeram o que bem quiseram no Serra. Bateram na cara, abriram geladeira, botaram pé sujo no sofá, deram tapa na bunda da patroa e ainda saíram com três pontos.

Melhor dentre os piores

Agora, todas as expectativas se voltam para a estreia do glorioso Monte Cristo, na 3ª divisão do Goianão. Dia 11 de outubro a equipe corre o risco de interromper o jejum de mais de oito anos sem vencer.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Tigrão apela para 'Reizinho' por ordem na casa

O Vila Nova segue determinado a entrar no G-4 que se classifica para a Série C do Brasileirão de 2010. Ainda mais quando a aposta do time para vestir a camisa 9 é um tal de Ray. Só pode estar querendo mesmo ir para o ‘Ray que o parta!’. Contra o Brasiliense, era triste ver 5 mil torcedores com aquele olhar perdido, para o vazio do gramado, igual a cachorro que cai da mudança. Outros, zanzavam pelas arquibancadas do Serra, e sempre que o Vila conseguia ameaçar uma jogada de ataque, paravam no determinado ponto, já que que aquele lugar acabou dando alguma sorte ao Tigre. Mas agora os jogadores vão ter de ficar espertos com a guilhotina do ‘rei Arturzinho’, o novo comandante, que na apresentação já teve uma conversa séria e energética com o elenco. Deve ter inquirido: “Quê que eu sou? Quê que eu sou? Quê que eu sou?” E os súditos responderam: “Sois rei! Sois rei ! Sois rei!”. (http://www.youtube.com/watch?v=2lxGF3ebxg4)

Tática da piscininha

Na saída do Serra, sábado, depois daquele ‘oxo’ de dar medo, a descrença era geral. “Não adianta mais nem xingar esse povo. Já cansei até de xingar. Cansei”, esbravejava a até então incansável Nega Brechó. A saída talvez seja utilizar a tática da piscininha. Basta construir ali no OBA um poço e deixar os jogadores de molho por tempo indeterminado. Já viu como isso anda dando certo no Goiás? Toda vez que se chega na Serrinha os jogadores estão na água, de toquinha verde, relaxando. O Tigrão ainda pode potencializar a tática, misturando ali água benta, garrafadas de ervas, água milagrosa de Cáceres e catuaba selvagem.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Furando a Retranca (publicada dia 18/08/09)

Verdão lança moda com tática ‘menos um'

No fechamento do primeiro turno do Brasileiro, o Verdão impôs moral e, além de quase matar do coração os cachorros da Vila Lobó, com o foguetório antes e depois da partida, andou assustando também os outros times com um esquema tático nunca dantes aplicado no futebol. Nada de 3-6-1 ou qualquer teorema confuso vindo da prancheta dos professores. A armação esmeraldina está inovando mesmo é na formação batizada de ‘menos um’. Em todo jogo um jogador, escolhido aleatoriamente, dá um jeito de ser expulso. O time então aparenta sentir o golpe, ficar fragilizado, mas tudo faz parte da tática de surpreender o rival - que assanhado lança-se desesperadamente ao ataque. Coisa de gênio viu! No domingo, foi a vez de Ramalho – de novo ele – cumprir o papel de desfalque. O volante precisou de 43 minutos para ser mandado embora. E olha que o cara ainda vinha se recuperando de uma costela quebrada, por isso a demora.

Sorrisão 0 km

Agora, se engana quem pensa que no Vila Nova não tenha um caboco com motivo para rir satisfeito da vida. Não é que o grande Delssôn, que é uma figura emblemática ali no clube tal qual Nega Brechó e responsável por cuidar com carinho do gramado do OBA, tá com dentadura nova e tratamento odontológico. Tudo presente do jogador Cocito. Em 15º na tabela e perto da faixa de degola, só tá faltando mesmo é o Tigrão dar algum motivo para que o Delssôn possa estrear o novo sorrisão charmoso.

Liderança é pouco

Mas o que realmente não entra na cabeça de muita gente é o que a torcida do Atlético anda querendo? Alguém fala aí! O time tá lá na ponta, deixando para trás Vasco, Portuguesa e o escabau, e ainda assim toma vaia da torcida. Como assim? O que alivia um pouco os jogadores é que a tal ‘massa’ rubronegra peleja mas não consegue colocar nem 4 mil neguim no Serra.