quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Furando a Retranca (publicada dia 15/12/2009)

CAMPOS VAZIOS E O VAGAR ERRANTE DOS TORCEDORES

Sem Brasileirão, sem futebol... sem destino. Agora, nas tardes maçantes de domingo, torcedores vagam sem rumo como um pistoleiro cabível em qualquer película do mestre Sérgio Leone. Não há depressão mais pungente do que os meses de interlúdio entre batalhas e, definitivamente, pós-A Maior Delas, quando os craques passam a se dedicar profissionalmente à bebericagem de whisky, enquanto são agraciados por seus HARÉNS particulares (à parte aqui, claro, os Atletas de Cristo, sempre com os dedinhos voltados ao Negão, que fique bem registrado!)

Alento no amadorismo

A única sorte da moçada, no final de ano, é ainda poder contar com os campeonatos amadores que pipocam pela capital, muitos deles em sua fase decisiva. E nada melhor do que assistir serem travadas verdadeiras decisões, na boa e velha regra do “MATA-MATA”, com direito a prorrogação, pênaltis e nervos frenéticos.
Passa longe das várzeas a tal ‘frescuragem’ de pontos corridos, que leva o até então ‘raçudo’ Grêmio a entrar em campo na rodada decisiva com a equipe praticamente SUB-15. E o que dizer da torcida no estádio gritando para o time entregar e hostilizar os garotos que ainda assim mostraram serviço em campo. Nada aquém do RIDÍCULO. Isso acaba levando o pessoal a torcer muito mais ‘secando’ os outros times do que para as cores de seu clube.

Feijuca e sono profundo

Restam ainda outras opções ao boleiro aficcionado, que mora longe de qualquer campo de várzea. A melhor delas, talvez seja a leve alteração do dia da sagrada feijoada: de sábado para domingo. Vá por mim! Depois de bater aquela ‘feijuca’, por volta das 15 horas, caprichada de toicinho, BACON e demais partes GRAXOSAS do porco, esparrame-te, caro leitor, no próprio sofá onde já transpira.
Vem daí um sono pesado de tal magnitude que só poderá ser perturbado lá pelo final do “Fantástico”, como diria um sofrido compadre palmeirense. Se dependesse dele, a vontade seria dormir todo o ano de 2010, para não ter que ouvir o ‘sarro’ dos inflamados sãopaulinos e corintianos, ambos a festejar presença na Libertadores.
Ou pior, um sono do torcedor do Goiás. Pode você, esmeraldino, dormir mais uns cinco anos, pelo menos, até o time resolver cumprir o eterno plano de rivalizar ombro a ombro com os grandes do Brasileirão. Já o torcedor do Atlético, LIGADÃO, não prega os olhos, louco para ver o que vai ser desse time. Quem vai chegar na área? Já quanto ao torcedor do Vila. Aquela coisa. Tanto faz como tanto fez.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Furando a Retranca (publicada dia 08/12 no Jornal Daqui)

GOIÁS FECHA BRASILEIRÃO COM GOSTO
DE SOPINHA DE HOSPITAL


Tem gente que reclama à toa demais falando que não existe coisa mais sem graça do que a última rodada do Brasileirão para quem torce pelo Goiás. Tá certo que o Verdão não concorria a nada, tava ali tranquilo na 9ª posição, dé férias já e cozinhando o jogo com o Vitória no ‘banho-maria’. Enfim, um jogo mais sem sal do que namoro com Sandy – passeio no shopping, só a mãozinha dada... e nada mais. Mas o torcedor esmeraldino, muito além da lamentação, precisa mesmo é valorizar o lado positivo disso: poder aproveitar o domingão para outros fins enquanto a moçada dos outros times, no ‘descabelo’, amplia a entrada lustrosa da careca.

Passeios com a fêmea
Para o torcedor esmeraldino, a rodada final do Brasileirão passa longe do desespero em frente à TV. Nada de se afogar no torresmo e na ‘breja’ para controlar os nervos. Foi um domingo zen, mais para monge budista do que torcedor. Bom para liquidar logo aquela visita que estava devendo para a família da fêmea. Melhor ainda se o cunhado ‘xarope’ for um Palmeirense doente. Coitado! Se sentindo o pior dos infelizes depois da derrocada do time, que nem beliscou uma vaga na Libertadores.
Já o esmeraldino segue ali, tranquilo como o Jeca criado por Mazzaropi, vez ou outra pescando mansamente os resultados dos jogos. Perdendo ou ganhando, tá beleza, o final de semana não está comprometido. Se quiser ainda pode aproveitar para tirar sarro com o bando de flamenguistas que topar pelo caminho, pelo ‘hexa(Penta)campeonato’.

Depois do mel, a faca
Diretoria atleticana já foi ao Rio procurar reforços, e com razão. Não vai achando que o elenco aí será capaz de fazer milagre na Série A. É como segue a ordem das coisas: cada um prova o gostinho do mel, e depois a faca.