terça-feira, 29 de setembro de 2009

Furando a Retranca (de 28/09/09)

Jogador precisou ser mantido na coleira curta para não trocar uniforme por abadá
Tensão não faltou aos times goianos neste final de semana. Depois que uma Micareta foi instalada bem ao lado do Serra Dourada, o medo tomou conta da diretoria dos clubes. Teve jogador – que mostra muito mais raça vestindo um abadá do que o uniforme – mantido na coleira curta para não ‘errar’ o caminho quando fosse para o estádio. Mas o clima fechou mesmo foi entre Tigre e Dragão. Depois que o muro do OBA apareceu pichado, supostamente por 'atleticanos’, a torcida Vila arrepiou os pelos da nuca.”Pichar esse muro aqui é só a gente que pode!”, babava de raiva alguns colorados.

Operação cavalo de tróia
A resposta colorada veio em uma tentativa de operação ‘Cavalo de Tróia’, manja? Na noite de sexta-feira um táxi cheio de garotas de programa chegou na maciota ao CT do Atlético, e por pouco não consegue fazer ‘Caligundum’ na concentração dos atletas.
Depois dessa, todo jogador que for enfrentar o Vila vai antes comprar um spray e detonar o muro do OBA. Se brincar, ainda anota lá nome e endereço para facilitar a entrega do ‘presentinho’.

Próximo destino: Muquém
Mas plano nenhum foi suficiente para acabar com seis anos de tabu. Depois de levar mais uma taca do Dragão, por 2 a 1, e ainda carimbando a trave do Atlético duas vezes,alguns ali na Toca do Tigre já começaram a traçar a próxima caminhada para pagar promessa, caso o time venha a escapar do rebaixamento. O problema é que de tanto ir até Trindade nos anos anteriores, a cota de milagres do Divino Pai Eterno com o Tigre já deve ter se esgotado. O jeito mesmo vai ser andar até Muquém e apelar para outro santo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Furando a Retranca(publicada dia 21/09)

No 'Verdão Cabra-Macho' está probibido até analgésico

Acabou-se com a purpurina no Goiás. Depois do ultimato dado pelo Hélio dos Anjos ao dizer que não trabalha com ‘viados’, jogador está proibido até de tomar analgésico – remédio agora só ‘oralgésico’, doutor. E teve jogador que deve ter ficado ‘beje’ ao pensar que vai precisar esconder todos os creminhos. Está proibido também conversar com a linguinha presa. Filmes na concentração, só se for do Chuck Norris ou do Charles Bronson. Mas o que alguns jogadores devem estar achando pior mesmo é que, de agora em diante, acabou-se com aquelas brincadeirinhas tão comuns na piscina do CT da Serrinha. E mesmo depois da goleada sobre o Timão, o Hélio ainda bufafa de raiva na entrevista coletiva. Dizem que o motivo da ira do técnico foi o resultado final. Podia ganhar de três, de cinco, mas de quatro não. De quatro já foi muita “viadagem”.

Sem cerva fica difícil
Agora, quem está realmente revoltado é o torcedor do Vila Nova. Como é que liberam a cerveja no Serra Dourada somente em um jogo, do Goiás contra o Galo, e depois proíbem novamente. Só para passar vontade nos demais? Um absurdo! Principalmente por que sem a cervejinha, totalmente sóbrio, fica muito mais difícil aguentar um jogo do Vila. São 90 minutos que não acabam nunca.

Inventa outra
Mas no sabadão, no clássico goiano contra o Tigre, chega a hora do Atlético mostrar para seu torcedor que não é nenhum ‘Dragãozim paraguaio’, Made in Taiwan. Mas vem cá, com a fome de bola com que o Juninho voltou aos gramados depois de dois meses machucado, bem que alguém ali no rubronegro podia fazer o favor de inventar uma coreografia nova para ele celebrar os seus gols. Juninho já balançou as redes oito vezes, e em todas as ocasiões foi a mesma coisa: ele sai correndo, chupando o polegar, em homenagem ao filho. Cadê o Departamento de Coreografia e Comemoração de Gols do clube? Vamos trabalhar moçada. O garotinho já deve estar quase completando 15 anos.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Monte Cristo, Tú és Grande!!



Nem o globalmente conhecido Íbis (PE), nem o Cruzeiro (RN) - há mais de quatro anos sem vencer - e muito menos o Fluminense carioca, que ostenta portentosamente a lanterna tricolor do Brasileirão. O epíteto de pior time do Brasil pertence atualmente, com honra e flâmulas esvoaçantes, ao Monte Cristo Esporte Clube, que não sabe o que é vencer uma partida há mais de oito anos. Na verdade, o tabu de vitórias dura exatos oito anos, quatro meses e 20 dias (15 de setembro), em partidas oficiais pela Federação Goiana de Futebol, colocando no chinelo os possíveis concorrentes citados acima, quando o assunto é fazer a alegria do time adversário. A última vez em que uma equipe montecristense deixou o gramado de cabeça erguida, após faturar três pontos, ocorreu no dia 26 de abril de 2001, em partida pela 2ª Divisão do Campeonato Goiano.

Na ocasião, o adversário responsável pela façanha foi o Umuarama, de Iporá, que mesmo jogando em casa, no Estádio Ferreirão, perdeu por 2 a 1, dando a última e distante incursão vitoriosa de uma equipe do Monte Cristo. Desde então, a equipe entrou em campo outras vinte e oito vezes, sofreu 27 derrotas e agariou um ponto no empate contra o Alexaniense, por 1 a 1, no dia 22 de outubro de 2005, pela 3ª Divisão do Goiano.

O calvário do time originário da Vila São José, na região Campinas, teve início após o time abandonar a 2ª Divisão do ano de 2001. Conforme explica Cesar Orlando, presidente do Conselho Deliberativo do clube, problemas envolvendo a diretoria do Monte Cristo levaram o time a deixar a competição ainda no meio da 1ª fase ¬– depois da 5ª rodada. O time ainda ficou dois anos, 2002 e 2003, sem disputar nenhuma das divisões do Goianão, e só retornou em 2004, na 3ª Divisão, onde jogou por três anos consecutivos - 13 partidas, 12 derrotas e 1 empate. Após passar o ano de 2007 novamente ausente dos gramados, o Monte Cristo voltou à tona no ano passado. Nas seis partidas disputadas pela 3ª Divisão de 2008, amargou seis derrotas, balançou três vezes as redes adversárias e sofreu 32 gols. A maior goleada, por 12 a 1, foi diante do Inhumas já no 2º Turno, dia 9 de novembro.

IMPLACÁVEL NO AMADOR

A atual familiaridade do clube com derrotas e goleadas acachapantes, curiosamente, diverge muito do que o Monte Cristo já representou no futebol goiano. Originário de um time amador, formado na Praça Monte Cristo, na Vila São José, era comum dos anos de 1970 a 1979 ver a equipe faturando torneios amadores da capital. A qualidade do Monte Cristo era tão superior aos adversários amadores que a idéia da profissionalização passou a ser mais que evidente, fato que aconteceu em 1980, sempre tendo à frente do time o já falecido Manoel Nunes Guerreiro. Fundador e verdadeiro patrono do Monte Cristo, seu Manoel Guerreiro, dono de um ferro velho da Vila São José, tirava recursos do próprio bolso para pagar uniformes, material, e o que o time precisasse.

Profissionalisado, o Monte Cristo se tornou o 1º Campeão Goiano invicto da 2ª Divisão, em 1980. O time ainda disputou torneios na elite do futebol estadual nos anos de 1980, 1982 e 1985. No entanto, a derrocada de um dos cinco times da capital coincide com a morte de seu fundador. Manoel Guerreiro faleceu em novembro do ano 2000, em dia de vitória do time do coração sobre o Minaçú, por 3 a 2, e ainda na casa do adversário.

O desempenho nos últimos campeonatos não surpreende o dirigente Cesar Orlando. “Todo o nosso elenco é formado por garotos, sendo o mais velho o goleiro Júnior, de 20 anos. E isso enfrentando sempre jogadores veteranos em outros times”, avalia. Ligado ao Monte Cristo desde 1985, quando o time disputou a 1ª Divisão do Goiano. Orlando ressalta que a falta de verba é gritante com os outros times, e que os jogadores recebem apenas uma pequena ajuda com que o clube consegue arrecadar. Mas o dirigente destaca que a filosofia de usar jogadores novos acaba gerando frutos para outras divisões. “O nosso lateral-esquerdo, Renato, jogou pela Anapolina no Goianão passado e outros jogadores também despertaram interesse” adianta.

NOVA CHANCE

A preparação volta-se agora para o início da 3ª Divisão do Goiano, com jogo inaugural marcado para o dia 11 de outubro, contra o Aparecida, no Estádio Zico Brandão. Cesar Orlando revela que o elenco dará um salto de qualidade devido um acordo com o Marília (SP), que disputou neste ano a Série C do Brasileirão. “Vamos compartilhar jogadores e o Monte Cristo deve receber quatro ou cinco reforços. A chance de subir aumenta muito”, disse Orlando, que já vislumbra o acesso à 2ª Divisão antes mesmo dos jogadores sentirem um gostinho de vitória.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Furando a Retranca

Dragão caça briga e chama irmão mais velho


Sem uma ‘benga’ imponentemente necessária para lotar o Serra Dourada no sabadão, o Atlético de Regatas Flamengo pediu socorro, igual moleque que caça briga e depois chama o irmão mais velho. E não é que a tática deu certo. Uma massa flamenguista estrondosa lotou o estádio e por muito pouco, tomados por um inconsciente coletivo, quase começaram a entoar coisas do tipo: "O Imperadoorr Voltoouuu!!". Já o torcedor atleticano, ao se ver cercado de tanta gente na torcida, estava em êxtase delirante, achando uma maravilha até mesmo as filas que se formavam no banheiro - coisa nunca dantes vista nos jogos do Atlético.


A Batalha do Serra


Em campo, o Dragão não fez feio não. Depois de levar a metida de mão e também de pé do árbitro, o jogo passou então a tomar ares históricos. Dois a menos em campo, placar empatado em 2 a 2 e ainda com o goleiro Márcio pegando pênalti de Carlos Alberto, na partida que também pode ser chamada, a partir de então, de "A Batalha do Serra". Se um empate por 0 a 0 com a Argentina na Copa de 78, com botinadas de sobra, pôde receber tal alcunha, não vejo por quê também não revestir de grandiosidade a peleja travada sábado nos gramados goianos. Grandioso também foi a quantidade de papel picado e serpentina jogados pela torcida rubronegra, comprovando que a parceria com o patrocinador Linknet tem lá suas vantagens.

Tia Fia na mira de Hélio dos Anjos


Agora, no Brasileirão, quando finalmente a cobra fuma, a giripoca pia, a onça bebe e a porca torce o rabo, o Periquito começa a tremer nas bases. Contra um Coxa Branca desfalcado - que nem chega a ser mebro superior do corpo - o time entra em campo, em casa, com aquela retranca toda? Hélio dos Anjos só pode estar querendo mesmo é matar do desgosto a emblemática esmeraldina Tia Fia, que mesmo hoje, beirando ali os 80 anos, deve conseguir correr mais que o lateral Vitor.


O glorioso ressurge


Pausa poética, no entanto, para os acontecimentos que paralisaram o tempo global durante os 90 minutos em que a bola rolou, na segunda-feira, no Estádio João Vilela – também conhecido como “La Bombonera Goiana”. O alicerce insubstituível que desde 1997 alijava o Campeonato Goiano com sua ausência, volta a se reerguer. O futebol morrinhense está de volta à 1ª Divisão. Emoldurado em sua última e quiçá definitiva apresentação na Divisão de Acesso pela santíssima trindade, constituída por Givanildo, Da Silva e Chocolate - autores dos três gols da vitória sobre o Itauçu, por 3 a 1. O resto, como dizia aquele inglezinho, é silêncio.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Furando a Retranca (publicada 01/09)

‘Bisú’ deu a dica e Goiás é goleado de cobertura

Depois de virar o tapete do Brasileirão e botar para fora a poeira do 1º turno, o Goiás, que só faltava fazer chover fora de casa, passa agora a jogar uma miséria longe do Serra. Mas na verdade, não passou de uma covardia essa goleada sofrida contra o Inter. Com certeza algum vilanovense maldoso passou o “bisú” para os colorados explicando porque o goleiro Harlei é conhecido por estas plagas por ‘bracim de jacaré’. Dos quatro gols tomados pelo Verdão, em três o goleiro catou mariposa depois de levar um ‘tótózinho’ de cobertura. Sem chance! Coisa que até a secretária Salomé, ali da Faculdade Araguaia, mesmo com os seus 1,45 metros de pura devoção esmeraldina, conseguiria evitar se esticasse um pouco os cambitinhos.

Efeito bumerangue

Já o Vila, quando quer sacanear, não apronta só uma vez não, mas duas. Primeiro vence no Canindé e provoca até invasão de dirigente com seguranças armados no vestiário da Portuguesa. Para completar, ainda despacha o Benazzi para comandar a Lusa. Mas como diz a velha lei: Aqui se faz, Aqui se paga. Depois de tudo não é que o Tigrão recebeu o Ipatinga e os mineiros fizeram o que bem quiseram no Serra. Bateram na cara, abriram geladeira, botaram pé sujo no sofá, deram tapa na bunda da patroa e ainda saíram com três pontos.

Melhor dentre os piores

Agora, todas as expectativas se voltam para a estreia do glorioso Monte Cristo, na 3ª divisão do Goianão. Dia 11 de outubro a equipe corre o risco de interromper o jejum de mais de oito anos sem vencer.